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Bohemian Rhapsody | Elenco comenta sobre o filme

O filme Bohemian Rhapsody, a cinebiografia da banda Queen, será lançado no Brasil no dia 1 de Novembro de 2018. O longa já foi lançado no Reino Unido e em outras partes do mundo no dia 24 de outubro de 2018. Em uma entrevista, o elenco do filme e o produtor Graham King comentaram sobre o processo de gravação e a mensagem que o filme tenta transmitir.

King disse, em sua opinião, que o centro da história do filme é sobre a evolução de Freddie Mercury e sua transformação no famoso vocalista da banda.

Era ver como aquele homem, Freddie Mercury, um jovem cantor imigrante que uma vez trabalhou no Aeroporto de Heathrow, tornou-se Freddie, o famoso vocalista do Queen que se apresentou diante de 350.000 pessoas no Brasil e no Wembley Stadium no festival Live Aid, umas das maiores apresentações de todos os tempos. Era sobre essa trajetória.”

Um ponto que também foi abordado pelo produtor, foi a escolha de Remi Malek para dar vida a Mercury.

[…] no caso do Remi, ele está nesse ramo há algum tempo. Basta conversar com ele por três ou quatro horas para ver que ele sabe do que fala. Vi que ele soube compor o aspecto visual e, obviamente, era capaz. […] Estávamos fascinados com os maneirismos dele, e ele não estava tentando imitar o Freddie Mercury. Era o Remi Malek, mas havia algo natural nele. Ele tinha alguma coisa. Obviamente, ele tinha feito muita pesquisa sobre o Freddie, e havia ali uma paixão e uma energia.”

Remi Malek, o protagonista do filme, também respondeu algumas perguntas sobre como foi dar vida a um ícone e sobre o processo de produção do longa. Quando questionado sobre sua reação inicial ao ser convidado para interpretar Freddie Mercury, o ator disse:

Primeiro, foi um choque. Como ator, não acho que tenha o direito de menosprezar o entusiasmo que causa quando coisas como estas acontecem na sua carreira, especialmente quando está sendo pedido que você interprete o Freddie Mercury. Então, esse é um momento que te dá uma freada, e é, ao mesmo tempo, eufórico e empolgante; e aí, há o impacto da magnitude e do peso que você tem que carregar desse homem lendário que vive nos corações de tantas pessoas e é reverenciado como sendo um dos mais talentosos artistas de qualquer geração.”

O ator também falou sobre a transformação física que precisou passar ao interpretar o astro. Quando perguntado se a transformação de Freddie, de um jovem tímido para o incrível showman que cativou um público de mais de um bilhão de pessoas, o ajudou descobrir mais sobre o cantor, Malek respondeu:

Isto me deu calafrios só de pensar, porque ele é exatamente aquilo, ele se transforma. É sempre o Freddie, mas há versões diferentes dele, o que eu acho lindo. Não é como se ele estivesse escondendo alguma coisa. […] É quem ele quer ser em dado momento e situação, o que eu acho tão cativante. Vi uma entrevista na qual ele disse: ‘No palco posso ser o macho man que todos querem que eu seja’. E acho que você vê isso nos anos 80, este artista que atira os punhos no ar e sustenta a multidão levantando um braço. Enquanto nos seus dias de juventude ele era muito fluido e inconstante quando estava tentando se encontrar, e havia mais fragilidade.”

Durante a entrevista, Malek disse que o filme lhe “trouxe uma gama de emoções tão grande, que foi superior ao que qualquer um poderia esperar”, o ator detalhou esses sentimentos:

Foi um modo nada convencional de trabalhar, para dizer o mínimo. Há prós e contras sobre um determinado jeito de trabalhar, que pode ser irregular às vezes. Mas, finalmente, as pessoas se reúnem e caminham juntas, mostrando o seu melhor.”

A atriz Lucy Boynton, que irá interpretar Mary Austin, terá um dos papeis mais importantes na trama. Ela comentou sobre a importância que Mary teve na vida de Freddie:

Pouca gente sabe da vida de Mary, e pelo que eu entendi, acho que ela prefere assim. Parece que ela sempre foi uma pessoa reservada e nunca se sentiu muito bem com a situação de exposição em que se viu por estar junto de Freddie. Mesmo assim, sempre fico surpresa quando as pessoas não se dão conta da importante presença dela na vida dele. Depois de um relacionamento romântico e de um noivado, eles se tornaram o melhor aliado um do outro, e ele disse que ela era a única pessoa no mundo em que ele realmente confiava.”

Boynton também falou sobre como é interpretar uma pessoa de verdade, que ainda está viva.

Ter que tomas decisões criativas para manter a narrativa da história é uma coisa um pouco incômoda quando interpreto uma pessoa de verdade. A Mary já falou publicamente sobre a vida dela com o Freddie, mas não muito sobre alguns momentos de intimidade que tivemos que interpretar neste filme. Então, nesses momentos, sempre preferimos a interpretação criativa em vez de agirmos como se soubéssemos o que ela sentia ou disséssemos coisas em nome dela.”

Quando questionada sobre as ideias ou sentimentos que o público guardaria do filme, a atriz disse:

Sabe, há um pouco de tudo nisso. A gente se contagia com o humor desse grupo de rapazes e o amor evidente uns pelos outros. Isso contrasta com os momentos mais sombrios e contundentes. Acho que a abordagem é tão humana que o público se deixa levar pela história deles e realmente se solidariza com eles. Freddie era uma pessoa extraordinária e acho que ele transcendeu, sem querer, a rigidez dos rótulos, a coisa de ser enquadrado numa categoria, e acho que isso é muito encorajador, especialmente agora, quando as pessoas buscam ser elas mesmas. As canções que ele compôs parecem muito intimistas e pessoais, mas acho que isso bastava para os seus fãs, pois o que ele decide compartilhas pode ser muito inspirados e, fora isso, ele era uma pessoa muito reservada.”

A atriz encerra dizendo como foi trabalhar em Bohemian Rhapsody:

Mudou o meu mundo. Sinto-me conectada ao mundo do Queen, que é uma entidade muito especial de músicos extremamente importantes da história da música. Poder ajudar a contar essa história de pessoas tão boas e grandiosas, mentes influentes, e fazer isso contracenando com todas aquelas pessoas maravilhosas foi uma experiência incrivelmente impactante.”

Gwilym Lee, que irá dar vida ao baterista Brian May, está participando de seu primeiro grande filme. O ator falou sobre como foi seu envolvimento com o filme:

Fui a um primeiro ensaio para o papel de Brian May. Até aquele momento, somente Remi Malek havia sido selecionado para o seu papel, mas a diretora de elenco, Susie Figgis, a quem sou muito grato, sempre gostou do meu trabalho, e me levou para fazer uma leitura dramatizada, sabendo e esperando, que seria um ator confiável. De antemão, investiguei e observei as peculiaridades e o jeito de falar de Brian May, e, dessa forma, foi que me apresentei e ofereci toda uma interpretação. Os produtores disseram: ‘Um momento, este tipo se parece e soa bastante como o Brian!’ Pediram-me que fosse a uma audição na semana seguinte, e tudo começou a partir daí.”

O ator também falou como ele representou o baterista:

Bem, já que estava representando um personagem da vida real, comecei pelo que se vê no exterior, observando suas peculiaridades, a forma como ele fala, como se move e seus gestos. Depois, permiti que tudo isso se formasse dentro de mim. Por exemplo: a voz de Brian é muito suave e incrivelmente eloquente; é um homem muito inteligente. Comecei a pensar: “O que isto diz sobre a sua personalidade e seu caráter?” Me levou a pensar que tenho que mostrar sua inteligência de maneira muito discreta. Ele tem doutorado em Astrofísica, interessa-se por fotografia esteroscópica e o bem-estar dos animais. É um indivíduo fascinante. Assim foi que observei o exterior deste homem e como isto o forma como um personagem. Por exemplo, sabia que ele era muito meticuloso. Li histórias que diziam que no estúdio de gravação, ele era muito detalhista e meticuloso, e isto, tenho certeza, às vezes irritava seus companheiros de banda. Acredito que seu exterior delicado, de alguma forma suaviza sua inteligência aguçada.”

Lee também falou sobre como o filme aborda a sexualidade de Freddie Mercury:

É trágico e absurdo pensar que ele não foi abertamente gay e que teve que viver assim. Por sorte, temos avançado muito desde então, e hoje em dia a sexualidade das pessoas é acolhida favoravelmente. Acredito que o filme aborda como isto foi difícil para ele, e um dos aspectos é tentar descobrir quem ele era. Para Freddie, tratou-se de tentar descobrir a sua sexualidade, de sentir-se feliz com ela, e o filme mostra como ele conseguiu. Acho que parte do que o converte em um personagem tão interessante e tão querido é que ele fala com todo o mundo, incluindo aquelas pessoas que tem problemas com sua identidade, que se sentem marginalizados.”

O ator encerrou a entrevista comentando sobre a importância do filme e o que podemos esperar da produção:

Espero que as pessoas saiam do filme sentindo-se inspiradas e felizes. Um dos pontos altos do filme é a apresentação do Queen no Live Aid, que foi uma celebração à música. Mas, o Live Aid também foi um momento em que o mundo se uniu, e já passou muito tempo desde a última vez que nos unimos. Há muita oposição no mundo, por isso, fazer como a música, que nos reuniu e nos uniu, é muito importante e segue sendo relevante. Na verdade, é algo que deveríamos nos esforçar para fazer novamente.”

Bohemian Rhapsody era dirigido por Bryan Singer, que foi substituído por Dexter Fletcher. O roteiro está por conta de Anthony McCarten. Brian May e Roger Taylor são os produtores executivos.

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Galbi Júnior

Estudante de jornalismo e viciado em filmes e séries desde sempre. Supernatural é a melhor série, e me segura se alguém falar mau dela. Os Miseráveis é meu filme preferido, e sim, eu gosto de musicais. Já perdi a conta de quantas série eu já vi na minha vida, mas me orgulho disso.

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