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Crítica | Sex Education 1ª temporada – Netflix

Asa Butterfield e a estreante Emma Mackey seguram a barra que é gostar de você que é ser adolescente em uma comédia inteligente e muito verdadeira, em que problemas sexuais são o catalisador de toda uma trama que é na verdade uma xérox da nossa realidade, com alguns toques de rosa e azul bebê.

Conversar sobre sexo é em muitas casa um tabu, mas para Otis, que cresceu com uma mãe terapeuta sexual, é um pesadelo. Rodeado de pênis e vaginas em todos os cômodos da casa, perturbado pelos inúmeros “parceiros” de sua mãe e alguns traumas na infância, ele é a pessoa mais qualificada para ajudar os jovens perdidos em sua escola. Cobrando por isso, é claro.

Asa Butterfield e Ncuti Gatwa em Sex Education | Créditos: Divulgação

Sex Education vai além de uma série que retrata problemas sexuais e dúvidas absurdas que os adolescentes têm, mesmo com toda a internet e informação disponível. Ela é uma enciclopédia em oito capítulos sobre o mundo mítico dos jovens, com as minorias sub representadas, que ainda sofrem e lutam, e de como o feminino ainda é subjugado. Além de muitas outras nuances retratadas com maestria em um trabalho coletivo de roteiro, elenco e principalmente direção.

A série foi um tiro no escuro da Netflix. É cheia de “primeiros trabalhos”, desde o da criadora da série, a roteirista Laurie Nunn, até os coadjuvantes. Temos apenas dois nomes conhecidos do público: o Asa Butterfield (Hugo Cabret) e Gillian Anderson, (Arquivo X). O que provavelmente diminuiu a cobrança pelo resultado final, dando mais liberdade criativa para a equipe.

Quando falamos de atuação, destaco o Asa, que retrata sem dificuldades a estranheza e peculiaridade de seu personagem, entregando algo novo do que tinha tudo para ser clichê. O Ncuti Gatwa tem talvez o arco mais interessante e foi tratado com uma delicadeza fenomenal pela fotografia e direção. Difícil não se apaixonar pelo Eric!

Gillian Anderson e Asa Butterfield em Sex Education | Créditos: Netflix/Sam Taylor

A Gillian Anderson não tinha muito em que trabalhar. Seu papel como mãe do Otis deveria funcionar como um alívio cômico para as situações, mas é fraco e sem real importância para a trama. Menção honrosa para Emma Mackey, que mesmo beirando o clichê das garotas punk-outsiders-que-fumam-e-são-estranhas, conseguiu fazer um bom trabalho como Maeve, e a gente quer ver mais dela em uma 2ª temporada.

Sex education, é uma série leve e importante, que deveria ser assistida por jovens e pais. É um retrato delicado sobre as dificuldades e diversidades da vida em sociedade, além de conseguir tocar em assuntos como a masculinidade frágil, os preconceitos e os pontos fora da curva com pequenas cenas e gestos. Vale à pena conferir!

Nota: 9,5

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