Em Normandia, área rural ao norte da frança, a pequena cidade de Mêle sur Sarthe vive da agricultura, em especial da produção do leite e da carne. Porém, a crise mundial colocou o sustento dessa comunidade em risco. Os agricultores estão cada dia mais em endividados pelo baixa do preço de seus produtos no mercado mundial. Somos apresentados a essa realidade por Chloé (Pili Groyne, de Dois Dias, Uma Noite), uma adolescente que se mudou de Paris para a pequena comunidade porque seus pais resolveram viver “uma vida mais natural”. É ela que nos apresenta a manifestação que fechou a estrada principal e os integrantes da comunidade que estão ali. Em especial, o prefeito (François Cluzet), a figura pacificadora dos conflitos da cidade; ele faz de tudo por Mêle sur Sarthe, o que nas palavras da nossa narradora já lhe custou até o fim do seu casamento.
Somos introduzidos a Mêle sur Sarthe por Chloe, porém em poucos minutos já não estamos mais acompanhados ela e, pouco a pouco, o filme apresenta pluralidade de ideias, opiniões e desejos que compõem uma comunidade.
A greve não tem o efeito esperado, mal é noticiada pela grande imprensa, mas, faz com que um fotógrafo americano excêntrico (Toby Jones) fique preso no trânsito e observe atentamente as paisagens dessa região. Ele decide que esse é o lugar perfeito para seu próximo retrato e que como em todas as suas fotos, inclui colocar a comunidade que ali vive toda nua nesse campo.
A proposta do americano é feita ao prefeito que em um primeiro momento acha ofensivo: a comunidade já estava sendo despida pelos interesses financeiros mundiais e agora lhe pediam para que ficasse nua de fato? Mas depois enxerga o potencial do retrato de realmente atrair a atenção da imprensa e do mundo para a situação de Mêle sur Sarthe.
O filme se desenrola acompanhando diversos personagens e seus conflitos com esse retrato, como por exemplo, o açougueiro que não quer que sua mulher fique nua e o farmacêutico que acha indecente esse retrato. Alem disso, assistimos aos dramas pessoais de muitos dos moradores, os agricultores, o prefeito, e até de um jovem que voltou para se desfazer das coisas do seu falecido pai.
Por ter essa multiplicidade de personagens e apresentar as dificuldades econômicas da cidade, Normandia Nua consegue através de cenas leves e diálogos excelentes trazer a luz temas extremamente contemporâneos como a situação da agricultura, da preservação da natureza e da história de um povo e até das discussões sobre a fotografia e morte do analógico. Isso tudo, sem perder o foco da narrativa: O prefeito vai conseguir mobilizar todos a participarem dessa fotografia?
Normandia Nua é uma deliciosa comédia que nos convida a refletir sobre a pluralidade de lados e opiniões que formam um coletivo. Um filme recheado de momentos leves, mas com reflexões poderosas.
Nota: 8
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