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Crítica | 10 Segundos para Vencer

Uma história que tenta falar de superação e vitória, mesmo em meio aos seus tropeços narrativos; assim pode ser descrito brevemente 10 Segundos Para Vencer. O filme conta a história de Eder Jofre, um dos maiores lutadores não só da história nacional, como mundial, sempre com um grande foco ao núcleo familiar, em especial a relação entre pai e filho.

Como em boa parte dos filmes que se dispõem a contar uma história biográfica, aqui também temos uma estrutura bastante linear da vida do protagonista, nesse caso o campeão mundial Eder Jofre vivido por Daniel de Oliveira . O longa se preocupa desde os momentos iniciais em destacar a importância das relações familiares dentro da vida de Eder, principalmente o relacionamento com seu pai Kid Jofre (Osmar Prado) e o tio Silvano (Ricardo Gelli), embora a relação com sua mãe Angelina (Sandra Corveloni) e seu irmão Doga (Ravel Andrade) sejam uma peça fundamental na motivação de seguir a carreira no boxe tendo o seu pai como treinador. O filme constrói bem a imagem do pai de Jofre, assim como a relação entre os dois, mas peca bastante no momento de transição entre a representação do Jofre criança e adulto. É preciso destacar também a relação entre Éder e a sua esposa Cida, tratada de maneira marginal no filme, a trama nunca convence, principalmente por faltar química na relação mostrada em tela, ao longo da narrativa a figura da sua mãe também perde destaque e fica de lado em relação a construção de personagem da figura paterna, algo que enfraquece bastante o restante do filme.

As sequências dos grandes combates da história de Eder são bem dirigidas e tem um senso de urgência que funciona para a maioria do público, especialmente aquele que tem interesse na história. Mas as maiores qualidades do filme vão se perdendo aos poucos, o romance não funciona, o retrato das relações familiares se limita a conflitos que não dizem respeito ao que foi apresentado do próprio Eder no começo do filme, como a sua vontade de trabalhar com desenho. Em muitos momentos a luta se perde, sendo uma luta por si só, não conseguindo entregar um aprofundamento psicológico e de conflitos. Embora com esses problemas e ignorando a falta de capacidade de conceder tridimensionalidade as suas personagens femininas, exceto por alguns momentos na primeira metade do longa, o resgate histórico é válido e a maioria dos atores está muito bem. 10 segundos para vencer pode valer muito a pena se a história te interessar, mas não é recomendado a quem espera uma narrativa mais intrincada.

Nota: 7

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