Crítica | Elon Não Acredita na Morte (2017)
Elon Não Acredita na Morte, mostra a história de um homem, Elon, (Rômulo Braga) que procura sua mulher desaparecida Madelena (Clara Choveaux). Em seus dias de procura ele vai atrás de diversas pessoas do convívio do casal, e parece afundar-se na procura e perder-se mental e emocionalmente.
Esse desespero da procura e cegueira do personagem são construídos milimetricamente através de diversos planos em que seguimos literalmente o protagonista. Com uma personalidade fechada, autoritária e sufocante, Elon percorre diversos lugares em busca de sua esposa sem nenhuma noção do que pode ter acontecido, amparado por uma fotografia e sons de muita qualidade, construindo um ambiente de suspense profundo.
A atuação destemida dos personagens principais também é um trunfo no filme, Rômulo Braga e Clara Choveaux possuem uma conexão natural e destrutiva, essenciais pro andamento da trama. Além de diversas outras pequenas participações de atores que aparecem rapidamente, mas dedicam-se ao seu papel de maneira plena.
O filme é dirigido por Ricardo Alves Junior que é reconhecido internacionalmente por obras como Material Bruto (2006), Convite para Jantar com o Camarada Stalin (2007) e Permanências (2010). O diretor volta a se destacar nessa obra, pela maneira habilidosa na qual consegue fazer com que vivamos o drama do protagonista.
O filme é angustiante, obscuro, explícito visualmente e oculto em seus significados, e nos imerge na condição de Elon que sabemos que, desde o começo, não acredita na morte.
Nota: 7/10