Crítica | Dunkirk (2017)
A partir do momento em que o filme começa, você estará no limite do seu assento e é esse limite que é implacável na criação de tensão, ajudado ainda pela incrível nota de Hans Zimmer ao fundo. E este é um testemunho das habilidades de cinema de Nolan, ele é capaz de nos imergir totalmente neste evento histórico para sentir a desesperança e o medo dos homens que estão presos na praia.
O filme inicia com um esquadrão de homens caminhando pelas ruas da cidade de Dunkirk com panfletos caindo do céu para dizer-lhes que estão cercados pelas forças alemãs. Nesses minutos de abertura a escala do evento é apresentada à medida que os homens vagam pela praia e a vemos repleta de soldados, todos aguardando a evacuação. É quando nos encontramos com Kenneth Branagh, comandante da Marinha e o único homem no filme a fazer uma linha de coração leve e quase cômico.
O ar é o lugar onde a primeira de várias imprecisões históricas entram em jogo, embora essas mudanças provavelmente sejam feitas para o benefício das câmeras e do público. O primeiro e mais óbvio deles está dentro do combate aéreo durante o filme, enquanto que é uma das imagens mais espetaculares das naves combinada com o poderoso som do motor que é absurdamente real e comovente, assim como toda a sonoplastia de Dunkirk.
No entanto, essas mudanças que tornam o filme melhor e os tiros que vemos das lutas de soldados são inacreditáveis e ajudam a nos imergir no que aconteceu de verdade em Dunkirk durante a Segunda Guerra Mundial. Nolan consegue muitos outros triunfos para tornar o filme tão realista quanto possível para a imersão verdadeira: o som das máquinas de guerra mergulhando nas praias, a visão de homens quebrando sob a pressão e se jogando ao mar para tentar nadar até em casa ou a brutalidade da guerra com diversos corpos sendo trazidos de volta à praia pelo mar.
Nolan cria uma descrição implacável do evento que pode perpetuar o mito dos pequenos barcos e ter uma grande deturpação da marinha inglesa. Mas ele faz isso para criar um filme que realmente representa o que passou a ser conhecido como o espírito de Dunkirk e é um filme que vai viver por muitos anos pela imensa qualidade presente em todos os aspectos do filme.
Mesmo com a presença de um grande elenco, que vai de ardy a até o cantor inglês Harry Styles, Dunkirk foge do protagonismo e foca no espírito humano presente em guerras, na sua vontade de sobreviver, se questionar e auxiliar. Se pretende assistir, faça isso em IMAX se possível. O uso das câmera IMAX nas filmagens melhorará exponencialmente a experiência. Experiência é uma ótima palavra para este filme.
Nota: 9
Dunkirk estreia nos cinemas nacionais nesta quinta-feira.
Confira o trailer: