Crítica | Alita: Anjo de combate (2019)
O lugar comum das adaptações de obras orientais em Hollywood não é lá muito digno de apreciação, principalmente pela desconexão com o material original ou pela incapacidade do público ocidental, especialmente o americano em se conectar a uma narrativa não muito próxima daquela com a qual estão acostumados. Existe inclusive o argumento válido da “limpeza” narrativa, onde Hollywood higieniza a narrativa para que ela seja mais palatável a forte sensibilidade americana em alguns temas.
Conseguindo escapar, em partes, de todos esses e mais outros problemas, Alita: Anjo de combate consegue entregar um filme com coragem de ser aquilo que pretende; sem pedir muitas desculpas ou licença pra isso. Na história acompanhamos Alita, uma ciborgue, resgatada pelo Dr. Dyson Ido que a trouxe de volta à vida. Com uma história básica bastante simples, uma ciborgue que desconhece seu passado, o filme vai avançando aos poucos e se dando tempo de explicar todos os desdobramentos no passado de Alita, que é muito interessante diga-se de passagem.
O filme ainda tem outros elementos tradicionais, como a figura do interesse amoroso, que aqui é representado por Hugo. Além disso, conta com uma boa seleção de vilões, separados em suas devidas castas, do ciborgue brutamontes ao verdadeiro vilão de grandes planos e grande inteligência. A ação do filme é extremamente bem feita e carregada de uma boa dose de violência, as sequências de luta são em geral extremamente interessantes visualmente como todo o resto do filme.
Alita: Anjo de combate é uma recomendação fácil pra quem gosta de um bom filme de ação, embora um pouco longo demais e carregado de informações a trama é incrivelmente fácil e divertida de acompanhar, tanto as personagens de destaque são muito carismáticas quanto às de apoio, a ação é muito boa e o romance nunca chega a incomodar.