Crítica | De Volta (2015)
Hoje chega aos cinemas brasileiros, o primeiro longa de ficção da cineasta Jihane Chouaib. O filme De Volta (Go Home), conta a história da personagem Nada, uma mulher assombrada por um enigma familiar que retorna à sua casa no Líbano rural em busca de respostas.
Nada (Golshifteh Farahani) é uma mulher jovem e destemida que sem receios, se instala na antiga casa de sua família, uma casa abandonada há muitos anos. O quintal se transformou em depósito de lixo, e as paredes descascadas estão com marcas de sangue seco e pixações. Desde o inicio há indícios de que há mais histórias ali do que a personagem conhece.
Até mesmo quando encontra uma nova pixação: “Go Home“, depois de sua primeira noite dormindo ali, ela resiste. Não irá desistir de descobrir o que aconteceu com o dono da casa, seu avô, que desapareceu durante a Guerra Civil.
Os flashbacks longos, presentes em todo o filme sugerem que Nada é assombrada há muitos anos sobre os acontecimentos que viveu naquela casa, quando ainda era uma criança, antes de sua família partir para a Europa.
Nada é uma mulher solteira que não se lembra muito da língua árabe e a comunicação com os moradores do vilarejo que transitam pelos espaços públicos, basicamente homens, é muito complicada. Sua única esperança desde que chegou era falar com a sua tia, irmã de seu avô, Nour ( Mireille Maalouf).
Os locais filmados são frios e úmidos e reforçam o tom misterioso do filme, em especial, a locação principal, a casa do seu avô, com as paredes descascadas e envelhecidas. A casa está destruída, faltando pedaços, como a história de seu avô. Ao longo do filme, com tecidos e lençóis, Nada cria uma barraca dentro da sala, e ali dentro tenta refazer a casa de sua memória, com os retratos que ainda tem.
A história se intensifica quando seu irmão, Samir (Maximilien Seweryn) ou Sam, aparece na casa, com a missão de vender a mansão da família. E o conflito se estabelece entre os dois irmãos.
Um triller intrigante sobre as relações familiares e as memórias de uma mulher libanesa em busca de respostas.
Nota: 5,5