Crítica | Histórias que nosso cinema (não) contava (2018)

 Com cenas de mais de 30 filmes da pornochanchada, “ Histórias que Nosso cinema (não) contava, filme de montagem de Fernanda Pessoa, traça um panorama dos conceitos e ideias do Brasil dos anos 70. 
As chamadas Pornochanchadas foram desconsideradas pelos críticos de sua época apesar de serem os maiores sucessos comerciais da década de 70. Até hoje são lembradas apenas pelo forte apelo cômico e o erotismo presente nas cenas. O próprio termo “pornochanchada” foi uma forma de diminuir a relevância dessas narrativas na história do cinema.

“Histórias que nosso cinema (não) contava” tem uma montagem precisa que percorre os temas que apareceram nos filmes dessa época como o milagre econômico, repressão e tortura, êxodo rural e revolução sexual, entre outros tópicos. Um belíssimo trabalho que construiu um narrativa consistente, original e coesa a partir da bricolagem de vários filmes.

Assim, o filme é um convite a  olhar o passado cinematográfico brasileiro e repensar os conceitos que permeavam essas narrativas superando os reducionismo dessas narrativas à dimensão erótica. Além disso, é importante lembrar que esses filmes eram populares em um período no qual o Brasil sofria com a censura da ditadura militar, olhar a forma como esses filmes driblavam e até criticavam o modus operandi vale muito a pena.

 

nota: 9

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