Crítica | Escobar: A Traição (2018)
Chega aos cinemas nessa quinta-feira, dia 16, “Escobar: A Traição”. A proposta do filme é contar a história de Pablo Escobar pela perspectiva de Virgínia Vallejo, a jornalista colombiana que foi um dos grandes casos amorosos de Pablo Escobar.
O filme dirigido por Fernando León de Aranoa conta com um grande elenco internacional, em especial, Javier Bardem como Pablo Escobar e Penélope Cruz como a protagonista, Virgínia Vallejo.
Porém, apesar de supostamente adotar uma nova perspectiva, a história da jornalista mais famosa da Colômbia, o filme parece perdido em meio as histórias de Pablo Escobar e a protagonista feminina acaba ficando em segundo plano.
É como se essa personagem fosse uma mera coadjuvante da história de Pablo Escobar e um recurso em off para narrar as histórias que já foram exploradas em outros filmes, séries e documentários sobre a figura complexa do narcotraficante.
Assim, apesar de ouvirmos a voz de Virgínia, quase nada de novo é apresentado ao grande público, e pior do que isso, fica a sensação de que falta uma profundidade maior em seu personagem. Aliás, em grande parte do que é narrado em off, Virgínia sequer participa, e conta como uma narradora onisciente o que aconteceu na política colombiana e na vida de Escobar.
No fim do filme, fica a sensação de que mal conhecemos essa mulher, nada é dito sobre suas outras relações amorosas e pessoais, ou sequer como virou a grande celebridade que era quando conheceu Escobar. Em uma das cenas, por exemplo, o diálogo que sai da boca de Virgínia soa até infantil, sempre colocada como femme fatale, repete três vezes que “conhece a forma como os homens são”.
Assim, “Escobar: A Traição” é um filme que poderia ter abordado a história de uma forma completamente nova e fresca, mas, talvez por medo de não contar as emblemáticas histórias de Escobar, deixa a narrativa distante da história da própria protagonista.
nota: 4,5