Crítica | Creed 2 (2019)

Após uma ótima receptividade da crítica e do público, era de se esperar que Creed, o spin-off da franquia Rocky Balboa, tivesse uma sequência. Afinal, soube trazer novidades e uma nova identidade a história, sem deixar de enaltecer os pontos fortes dos filmes anteriores. Agora em Creed 2, isso é mantido mas menos efetivo que o primeiro.

Este capítulo mostra Adonis Creed (Michael B. Jordan) convivendo com a rotina de campeão mundial de peso-pesados. Porém um convite inesperado para uma luta coloca tudo a perder. Se trata de Ivan Drago, pugilista que matou o pai de Adonis em uma luta, o convidando para lutar contra seu filho, Viktor Drago.

O foco do filme, e talvez seu grande triunfo, é trabalhar a motivação de seus personagens, respondendo a pergunta “Por que fazemos o que fazemos?”. Faz isso muito bem, trazendo mais humanidade para seus personagens, inclusive para Viktor Drago, fugindo um pouco daquela antagonização estereotipada dos adversários que enfrentam personagens americanos.

Sylvester Stallone, Jacob ‘Stitch’ Duran, Wood Harris, Michael B. Jordan e Tessa Thompson em Creed II

No papel de Adonis, Michael B. Jordan tem espaço para mostrar que realmente se entregou ao papel. Fica nítida essa entrega nas cenas em que está lutando e mostra que ele realmente treinou muito para incorporar seu personagem. mas como, devido a proposta mais humana do filme, ele precisou se esforçar nas cenas dramáticas e ficou um pouco artificial. O filme faz questão de gastar tempo com Adonis próximo a Rocky (Sylvester Stallone) e Bianca (Tessa Thompson), mostrando que isso é o que realmente importa. Stallone está confortável vivendo seu personagem mais marcante. Tessa Thompson consegue entregar a melhor atuação do longa, precisando de pouco tempo para mostrar seu talento.

O longa sofreu com a ausência do diretor e roteirista do primeiro, Ryan Coogler. Steve Caple Jr. não consegue proporcionar a mesma imersão do primeiro, mas soube equilibrar cenas de luta e drama. Já o roteiro de Stallone não é tão rico e apesar da interessante proposta de humanizar seus personagens, proporciona momentos clichês e cenas desnecessárias que explicam o que aconteceu e expõem a mensagem do filme (como se fosse algo difícil de entender).

A trilha sonora é importante, colaborando com os momentos mais empolgantes do longa. Assim como os outros elementos, consegue ser nostálgica, sabendo inserir a música marcante da franquia nos momentos corretos, e também insere sons mais modernos ao arco de Adonis.

Sylvester Stallone em Creed II

Creed 2 enaltece a franquia Rocky, e, mesmo sentindo falta do refinamento proporcionado por Ryan Coogler no primeiro filme, consegue dar mais humanidade a seus personagens. Proporciona momentos que vão empolgar todo fã de filmes do gênero.

Nota: 8

Escrita por Diego Ayres

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