Crítica | Pedro Coelho (2018)
O que poderia dar errado em um filme infantil protagonizado por um coelho animado? Aparentemente nada. Pedro Coelho é sem dúvida nenhuma um filme feito para crianças, mas feito do jeito certo. Não se apoia na ingenuidade infantil ou de seus personagens, e sim em uma boa dose de humor físico sem esquecer uma outra boa dose de sarcasmo e ironia. Pedro está muito mais próximo de uma personalidade como a de pernalonga do que a de uma personagem vinda de um livro infantil contemporâneo.
O filme acompanha a história de Pedro e sua família enquanto tentam se ajustar ao personagem de Domhnall Gleeson, o controlador e um tanto psicótico Thomas, que é forçado a se mudar para o campo, já no início do filme, por um acontecimento que diz muito sobre sua personalidade e história pessoal. A outra personagem humana fundamental na narrativa é Bea, nome que faz referência a autora do livro que inspirou o filme, protagonizada por Rose Byrne e que está do no oposto do que Thomas representa.
É dentro dessa premissa básica de interesse amoroso e a luta: natureza vs homem que a história se desenrola. Pedro e Thomas têm que aprender a conviver, ou ao menos fingir que sabem, na tentativa de não magoar Bea. A grande cartada aqui é não se levar a sério; em nenhum momento o filme tenta se vender como algo que não é, muitas vezes soando como uma paródia de si mesmo ou de outros títulos voltados ao público infantil. O próprio Pedro é sarcástico no nível certo.
No final das contas, mesmo tendo alguns pontos negativos como o mal aproveitamento de boas personagens femininas, o filme diverte e entretém crianças e adultos, com algumas sequências de humor com um ar britânico e alguns gags divertidos envolvendo animais. Também vale destacar a dublagem, que mesmo não podendo contar com nomes como Daisy Ridley, Margot Robbie e James Corden fizeram um trabalho de adaptação muito bom.
Nota: 7