Crítica | Paraíso Perdido (2018)

A cena de abertura de um filme fala muito sobre ele, não é exagero afirmar que os primeiros minutos de exibição podem ser decisivos na imersão dentro da história que o filme se propõe a contar. Paraíso Perdido é um dos filmes que pode pegar o público pela mão já nesses primeiros minutos, instigando a curiosidade do público com uma história envolvente e com bastante influência, seja propositalmente ou não, de narrativas policiais e de mistério.

 

A base da história de Paraíso perdido é a família, como em muitas outras histórias, mas o que encanta aqui é a execução de todos os elementos que montam o filme. O argumento inicial é bastante simples, o policial Odair (Lee Taylor) acaba sendo contratado por José (Erasmo Carlos) para trabalhar como segurança de seu neto Ímã (Jaloo), já que o jovem vinha sofrendo ataques homofóbicos na porta da boate da família, boate que empresta o nome ao filme Paraíso Perdido. A partir dessa premissa o filme vai desenrolando uma história muito maior e ainda mais interessante, novos personagens são introduzidos aos poucos e todos eles têm algum papel dentro da trama principal. Se destacam especialmente as personagens  Milene (Marjorie Estiano), que está muito bem no papel, assim como, Celeste (Julia Konrad), Eva (Hermila Guedes) e Nadia (Malu Galli), que tem um papel fundamental dentro da história, já que está diretamente ligada às motivações de mais de uma personagem ao longo do filme.

 

Tocando em temas como a ausencia, amor, violencia e abuso Paraíso perdido encanta de diversas maneiras, mas é preciso tocar em um tópico em especial, que é a musica. O filme não só se apoia na música, mas constrói o que tem pra contar em cima dela, os números musicais dentro de Paraíso Perdido são cheios de simbologia e extremamente bem executados, em muitos momentos a ação do filme se desenrola enquanto somos embalados pela trilha. Mais difícil que simplesmente falar é conseguir exprimir suas intenções de maneira visualmente efetiva e Paraíso Perdido se sai muito bem fazendo isso. Embora em alguns momentos as coincidências do roteiro possam  ser questionadas, a soma de todos os outros fatores transformam esse filme em algo especial e que pode pegar muita gente pela mão, desde a cena de abertura. 

Nota: 9 

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