Crítica | Baronesa (2018)
Essa semana estreia nos cinemas “Baronesa”, um filme imperdível sobre a realidade feminina na periferia. Esse é o primeiro longa metragem de Juliana Antunes, um filme feito por mulheres e protagonizado por mulheres. “Baronesa” acompanha a história de Andreia e Leidiane na convivência diária.
Andreia é uma manicure que sonha e calcula quando poderá sair da periferia e construir sua própria casa em um novo bairro, o Baronesa. Já Leidiane cria seus filhos na periferia enquanto espera seu marido sair da cadeia.
“Baronesa” faz uma escolha pelo ótica das mulheres, uma perspectiva pouquíssima abordada no cinema do Brasil e do mundo. Ainda mais quando a temática é a periferia e a violência.
Cenas alegres e trocas de conversa, marcam o cotidiano, seja na soleira da porta, em uma caixa d’água transformada em piscina, ou enquanto Andreia faz a unha de uma cliente. O filme provoca a empatia no/a espectador/a que se identifica com as relações cotidianas das duas, enquanto aos poucos, é revelada as múltiplas violências vividas por elas e em suas múltiplas formas.
Assim, Baronesa nos coloca no espaço privado feminino da periferia onde a violência está sempre presente, mesmo que nem sempre em primeiro plano. Um filme forte e extremamente bem construído cena a cena que revela a resiliência feminina na periferia brasileira. Como colocado nos créditos do filme, toda a força às mulheres do Brasil.
Baronesa estreia nesta quinta (14) nos cinemas brasileiros.