Crítica | Desventuras em Série – 3ª temporada (2019)
Desventuras em Série adapta a saga homônima de 13 livros escritos por Lemony Snicket, pseudônimo do autor americano Daniel Handler. A história acompanha a investigação da vida dos Irmãos Baudelaire, três órfãos que fogem do vilão Conde Olaf, que busca pôr a mão em sua fortuna. Foram três longos anos com 3 temporadas curtinhas, mas chegamos ao fim da terrível trajetória dos irmãos Baudelaire, em uma temporada com qualidade abaixo do esperado e um season finale agridoce. Look away, look away.
Assistir aos episódios de Lemony Snicket: Desventuras em Série é sempre um grande teste de empatia e paciência, já que os personagens são incrivelmente simples, sempre descartáveis e burros. Mas a série não tinha deixado tanto a desejar em seu roteiro quanto no seu terceiro e decisivo ano.
Bons em aumentar os mistérios e prender a sua atenção do início ao fim com os plots mais mirabolantes e esquisitos já vistos, os roteiristas não conseguem, nesta temporada, juntar as peças do quebra cabeça de maneira simples e engenhosa, como de costume. O resultado é um roteiro verborrágico e com as soluções mais convenientes possíveis. Me peguei revirando os olhos algumas vezes.
Os personagens, que preenchem 90% do conteúdo com palavras, estão em maior quantidade. Todos juntos e morrendo a todo o instante. Vemos o Conde Olaf de Neil Patrick Harris se transformar de um Frankstein em um pequeno camundongo, quando comparamos a sua desenvoltura como vilão na 2ª temporada. Tudo em um esforço de achar um motivo para toda a perseguição.
Mas temos momentos interessantes sim, retorno de personagens, novos mistérios e vilões. A arte é ainda maravilhosamente detalhada e a fotografia, um destaque que dá toda uma personalidade ao universo da série. Mas, após acompanhar por tantos episódios as dificuldades dos irmãos mais azarados da atualidade, por mais que tenhamos sidos avisados para deixar de assistir, e olhar para longe, já que qualquer coisa seria melhor que assistir à história dos irmãos, ver a trama se desenrolar e encerrar com buracos em nossa frente é frustante.
Nota: 6
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