Crítica | Projeto Gemini (2019)
O filme Projeto Gemini nasce com uma promessa tentadora, podermos assistir Will Smith atuando com uma versão jovem dele mesmo. No trailer já é perceptível a qualidade desses efeitos, mas ainda ficamos com um certo pé atrás dessa tecnologia ser utilizada em grande escala na narrativa.
Assistindo ao filme, a tecnologia é sim muito impressionante, e em alguma cenas parecem imagens de arquivo da juventude do ator. Outros momentos a tecnologia parece ainda em fases um pouco menos avançadas, dando um aspecto muito computadorizado as feições e ações dos atores.
Além disso o filme conta com a tecnologia 3D+ que é perceptível e dita um pouco o ritmo das cenas. Para se ter uma idéia, os filmes geralmente são 24 fps, o que significa que tem 24 quadros por segundo. O Hobbit foi lançado com 48fps, e Projeto Gemini 60fps. Dá uma impressão de maior realidade e definição para os movimentos, mas também aproxima um pouco de uma imagem mais televisiva. É uma inovação nos cinemas que tem muito para se desenvolver e tornar-se natural a nossos olhos, mas que ainda estranhamos um pouco.
A atuação do Will Smith é um primor, principalmente no desenvolvimento de dois personagens com 25 anos de diferença, e ele consegue fazer essa transição de maneira orgânica e pouco caricata, se entregando como sempre à seus personagens. Clive Owen faz um antagonista cientista, mas não tem muito espaço na trama.
O maior problema do filme está em seu roteiro, visto que o diretor Ang Lee (A Vida de Pi, O Segredo de Brokeback Mountain), já teve experiências muito bem sucedidas com filmes de ação, vide O Tigre e o Dragão (2000). Nas partes em que ele aposta no drama no filme, funciona muito bem, quando aposta na ação, fica um pouco genérico e superficial demais.
Todo o mistério e desenvolvimento do filme é um pouco básico, comparado ao que é feito em filmes de ação ultimamente. Parece faltar algo no roteiro, que também possui uma série de tiradas e piadas que não funcionam muito bem.
Algumas cenas são sim, muito impressionantes pela tecnologia. Mas talvez tenham investido e dedicado muito tempo a todas as novidades tecnológicas e o aspecto visual e tenham não priorizado tanto o roteiro.
É um filme bonito visualmente, repleto de novas tecnologias, mas que arrisca pouco na história.
Nota: 6.5/10