Critica | Atypical – 3ª temporada – Netflix
Uma das boas surpresas do catálogo gigante da Netflix, Atypical é uma série que, acima de tudo, fala sobre diferenças. Trazer um protagonista no espectro do Autismo e abraçar com unhas e dentes todas as “esquisitices” adolescentes é um desafio e a série cumpre seu papel ao trazer toda a diversidade de “ser pessoa”, mesmo que de forma exagerada e caricata às vezes.
Atypical acompanha a vida de Sam, um garoto no espectro autista que, contra todas as projeções, vence barreiras todos os dias com o apoio de sua família e seu amigo Zahid.
Na nova temporada, Sam chega à universidade e precisa lidar com toda a sobrecarga e dificuldades que vêm junto com o desafio. Ao mesmo tempo em que a relação de seus pais e irmã lutam por sua atenção.
Quando a série se mantém em seu protagonista ela tem um bom desenvolvimento e garante a assinatura que vimos nas demais temporadas. Mas em uma série, ao contrário do que Fleabag faz (incrivelmente inclusive) não dá pra focar apenas no protagonista. O que deixa tudo mais interessante é entender a individualidade dos outros personagens, suas situações, dificuldades e alegrias.
É nesse ponto que a nova temporada se perde. Perceba que eu sempre menciono “nova temporada”, já que as 2 anteriores são muito bem desenvolvidas e interessantes, divertidas. A sensação da terceira parte é a de que o enredo está desgastado e o tubo da história está sendo espremido até a última gotinha.
Desde o relacionamento desgastado dos pais até as dúvidas sobre sua sexualidade da irmã, passando pela excentricidade de Paige, sua namorada, e a falta de noção de Zahid – que inclusive perdeu todo o seu potencial cômico e agora tem apenas frases de efeito que nunca funcionam.
Porém, a série ainda continua relevante e é uma ótima opção para maratonar em um fim de semana. Tem um bom elenco, é leve, protagoniza alguns momentos engraçados e costuma aquecer o coração caindo às vezes em um clichê romântico sempre bem vindo 😛
Nota: 7
