Crítica | Com amor, Simon (2018)

 

Um filme adolescente necessário. É assim que “Com amor, Simon” pode ser classificado.

O filme gira em torno do grande segredo do protagonista Simon (Nick Robinson), que apesar de aparentar ter uma vida completamente comum em uma família tipicamente americana, esconde o fato de ser gay. Mesmo que fique claro em vários momentos que ele não acredita sentir vergonha de ser quem é, o filme se preocupa em construir um caminho de aceitação e compreensão da própria identidade, sempre de uma maneira sensível e fugindo do melodramático.

Além do conflito principal, conhecemos um pouco da história dos personagens secundários. Leah (Katherine Langford), Nick (Jorge Lendeborg Jr.) e Simon são amigos desde a infância e a relação de intimidade entre eles funciona de maneira perfeita na tela. Outra parte importante da equação é a personagem Abby (Alexandra Shipp), que entra na vida do trio e introduz uma nova dinâmica ao grupo. Completando o elenco temos outro elemento fundamental para o filme: a família de Simon, Jack (Josh Duhamel) e Emily (Jennifer Garner), que representam um casal saudável e feliz mesmo depois de anos de casamento, algo que é sempre legal de assistir, enquanto Nora (Talitha Bateman) é a irmã mais nova, que mesmo com pouco tempo de tela é extremamente carismática.

Cena de Com Amor, Simon. Da esq. pra dir.: Nick Robinson, Talitha Bateman, Jennifer Garner e Josh Duhamel.

O fato de Simon ser jogado pra fora do armário não acontece até boa parte do filme já ter passado, e é a partir dele que o filme se destaca, sabendo como acertar a mão tanto nos momentos mais tensos, quanto nos momentos mais tristes.

Com amor, Simon definitivamente não tem um clima triste; mesmo em seus momentos mais baixos consegue entregar um texto reflexivo e esperto, carregado com emoção suficiente para nunca soar vazio ou exagerado. Dentro desse caráter equilibrado do filme se destaca Jennifer Garner (Emily), em especial quando o tema da aceitação e autoconhecimento é a pauta. Outro acerto do filme é no desenvolvimento e consequências envolvendo o fato de como e quais razões levaram a exposição pública da sexualidade de Simon, o que está ligado diretamente às relações de amizade apresentadas até esse ponto — como também ao romance que o filme vinha construindo através de mensagens trocadas anonimamente.

Cena de Com Amor, Simon. Da esq. pra dir.: Jorge Lendeborg Jr., Katherine Langford, Alexandra Shipp e Nick Robinson.

É difícil saber o momento certo para realizar algo e às vezes é preciso arriscar. Com amor, Simon é um dos momentos em que a hora de se arriscar parece a mais adequada possível. A FOX se sentiu confortável em levar para frente um projeto que carrega a bandeira LGBT, mas dessa vez não como um filme de nicho ou escondido nos circuitos independentes dos filmes de arte. É seguro dizer  que o filme é pioneiro em apresentar a temática LGBT para um público que dificilmente teria acesso ou interesse no tema, embora em momento nenhum o filme tente ser “menos gay” ou “não assumir bandeira”. A sua maior força está no carisma dos seus personagens e em uma história simples e bem contada.

 

NOTA: 8

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