Crítica | Venom (2018)
Em meio aos ânimos muito exaltados de alguns é bom deixar claro que não estamos no meio do apocalipse, por enquanto ao menos. Venom não é essa pilha de lixo em chamas que muitos têm pintado por aí. O grande segredo dessas reações exageradas é simples: O ódio gera engajamento. Isso quer dizer que Venom seja ótimo e todos devam correr aos cinemas? Calma lá, também não é pra tanto.
Esse projeto extremamente conturbado e que finalmente chegou às telonas, em meio a olhares duvidosos e céticos, é estrelado por Tom Hardy vivendo o jornalista Eddie Brock, que mais tarde é infectado e passa a dividir o próprio corpo com o verdadeiro protagonista do filme, Venom.
Um dos primeiros erros do longa está justamente no modo como equilibra, ou simplesmente deixa de equilibrar sua introdução, em muitos momentos a interação entre Hardy e a atriz Michelle Williams que interpreta Anne Weying; a noiva de Eddie funciona bem, mas é esticada e forçada demais em outros momentos; na verdade, essa característica de ter partes que funcionam ligadas a uma extrema falta de noção de como juntar essas partes pode definir muito bem todo o filme.Embora alguns atores estejam bem, outros parecem completamente deslocados, em especial o vilão do filme Carlton Drake, protagonizado pelo ator Riz Ahmed que não convence em momento nenhum.
As cenas de ação por sua vez são boas, uma delas que envolve uma perseguição entre carros e motos é particularmente divertida de assistir. O humor do filme também funciona, em partes por causa, vejam só, quem diria, do carisma de Tom Hardy e dos absurdos que o roteiro apresenta tentando desenvolver a personalidade e história pregressa de Venom.
O filme de Ruben Fleischer é sim confuso, mas embora um tanto quanto perdido não é ofensivo nem uma blasfêmia, os fãs mais radicais é que são, sem modéstia mesmo, um belo pé no saco. Em um mundo onde existem filmes de heróis de trajes com super mamilos e Bat cartão de crédito, ou filmes de mais de duas horas onde o vilão faz metade do elenco virar poeira só para uma cena de impacto velho e que não pega ninguém com uns anos de experiência em entretenimento. Não o filme do Venom não é o fim do mundo. E sobre cenas pós crédito temos duas e apenas a segunda é válida.
Nota: 6
