Oscar 2019: O que esperar da 91ª edição da premiação #3 – Green Book: O Guia e Vice
Hoje chegamos à nossa terceira parte das análises e previsões das chances de dois outros indicados ao Oscar de Melhor Filme: Green Book: O Guia e Vice!
GREEN BOOK: O GUIA, de Peter Farrelly.
Aqui um título que, ao longo dos últimos meses, vem colecionando importantes vitórias. Assim que premiações iniciaram, Green Book já foi conquistando um dos prêmios mais importantes para quem almeja chegar ao topo, quando elas se encerrarem com o Oscar 2019: trata-se do National Board of Review, onde, historicamente, costuma ter o resultado repetido pela Academia.
Eu disse “costuma”, ou seja, não é sempre que aquilo ocorre, especialmente quando a Academia jogou um balde de água fria nessa produção, ao não indicar Peter Farrelly entre os cinco finalistas para Melhor Direção. Historicamente (mais uma vez), os filmes que saem vencedores do principal prêmio da noite, têm seu diretor também indicado, mesmo que não seja o vencedor. Neste momento, dois casos vêm à tona: Conduzindo Miss Daisy (1989) e Argo (2012) foram vencedores de Melhor Filme sem ter seus diretores (Bruce Beresford e Ben Affleck, respectivamente) indicados ao prêmio por seus trabalhos. Mas não julgo as escolhas da Academia, já que o trabalho de Farrelly é de fato inferior aos daqueles cinco escolhidos pela organização.
O Oscar, assim, deu à esta ótima produção 5 indicações: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator (Viggo Mortensen), Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali) e Melhor Montagem.
Green Book figura como favoritíssimo com Mahershala Ali! Com uma interpretação superior ao seu Juan, de Moonlight (que lhe rendeu seu primeiro Oscar, também como ator coadjuvante), Ali corre a passos largos em relação aos seus concorrentes e deve levar para casa seu segundo Oscar em um intervalo de 2 anos. O ator venceu as principais premiações até aqui: Globo de Ouro, Critic’s Choice e SAG Awards, ou seja, OSCAR NELE no próximo dia 24!
Outra categoria importante que o filme figura como protagonista, mas que não está 100% garantido (já que tem dois concorrentes a altura: o bastante premiado No Coração da Escuridão, A Favorita e Roma), é o roteiro original de Nick Villelonga, Brian Hayes Currie e Peter Farrelly . Este seria o prêmio de consolação para Farrelly, mas não será uma tarefa fácil.
Outra importante premiação que escolheu Green Book como vencedor foi o PGA (Prêmio do Sindicato dos Produtores da América), ou seja, que premia os melhores filmes do ano e outro que tem uma estatística bastante compatível com as escolhas da Academia.
O que pesa, de fato, em desfavor do filme é não ter o diretor indicado entre os 5 finalistas. O exemplo recente nos ajuda a entender: ano passado Martin McDonagh e seu Três Anúncios Para Um Crime vinham abocanhando prêmios, não por sua direção, mas como Melhor Filme e pelo seu roteiro ousado. Ao sair a lista da Academia, cadê McDonagh entre os 5 diretores? Resultado: A Forma da Água venceu Melhor Filme, Del Toro, como esperado, Melhor Diretor… AH! Peraí! Pelo menos Melhor Roteiro Original McDonagh venceu como consolação, NÉ? NÃO! Jordan Peele, por Corra! venceu e Martin teve que ficar feliz pela vitória de seus comandados Frances McDormand e Sam Rockwell.
O que quero dizer é que a lista do Oscar nos ajuda a prever os resultados! Esse ano ainda está tudo em aberto, mas garantido MESMO, apenas Mahershala Ali.
VICE, de Adam McKay.
Com importantes 8 indicações, Vice chega como um dos mais bem nomeados para a premiação de 2019. Indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor (Adam McKay), Melhor Ator (Christian Bale), Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell), Melhor Atriz Coadjuvante (Amy Adams), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem e Melhor Maquiagem e Penteado. É, também, um dos mais fortes candidatos a entrar mudo e sair calado.
O longa de McKay começa superestimando dois de seus indicados: Amy Adams e Sam Rockwell, os quais, apesar de serem brilhantes atores, não justificam a lembrança da Academia. A dor é ainda maior para Adams, que chega à sua 6ª indicação sem nunca ter levado. Rockwell – como havia dito acima no texto de Green Book – venceu ano passado como Ator Coadjuvante por Três Anúncios Para Um Crime.
Christian Bale, COMO SEMPRE, está absurdo na pele do ex-vice-presidente americano Dick Cheney, da maquiagem ao ganho de peso assustador, da dicção grossa e contida à sua postura de homem sem escrúpulos. Bale, esbarra na atuação impecável de Rami Malek em Bohemian Rhapsody. Fora que estamos diante da representação de Freddy Mercury em um longa metragem!
Malek venceu o Globo de Ouro (Melhor Ator em Filme de Drama) e o SAG Awards, o que lhe dá uma ligeira vantagem em relação a Bale, mesmo que este último tenha vencido o Globo de Ouro (Melhor Ator em Filme de Comédia) e o Critic’s Choice (Melhor Ator em Filme de Comédia e de Melhor Ator, surpreendendo a todos). O Bafta (o Oscar britânico) deve colocar mais lenha na fogueira se premiar Bale (lembrando que ele é um ator britânico que jamais venceu em casa e eles costumam premiar seus compatriotas), assim como pode definir Malek para o Oscar se premiá-lo. Ainda assim, eu acredito na vitória de Malek, muito por força da figura mística E MEIO BRITÂNICA Freddy Mercury.
A montagem de Vice é essencial para o filme ser contado, mas tem o grande e viciante problema de não deixar o filme fluir, deixando o espectador confuso em muitos momentos. Eu não daria o prêmio a este filme.
O roteiro de Adam é outro que não leva! Concorre contra títulos melhores. O que nos leva, por fim, ao único candidato de Vice que possui chances reais de vitória: maquiagem e penteados. Mas não será tarefa tão fácil, já que compete com dois fortes candidatos: As Duas Rainha e Border (filme sueco que ainda não ganhou tradução para o nosso português).
Sendo assim, Vice DEVE sair da noite com 1 SUADA estatueta.
Voltaremos na semana que vem com a análise dos dois últimos indicados ao Oscar de Melhor Filme: Pantera Negra e Bohemian Rhapsody.