Crítica | Jojo Rabbit (2020)

Imagine todos aqueles filmes que você já teve o prazer de ver no cinema sobre o tema II Guerra Mundial e seus desdobramentos: o holocausto e as atitudes desumanas dos nazistas. Agora imagine uma história contada com o talento impressionante de jovens atores que expressam o que talvez fosse a visão dos pequenos alemães daquela época – e tudo isso com uma enxurrada de sarcasmo que faz o filme adentrar ao gênero da comédia. Este é o novo filme de Taika Waititi, responsável pelo ótimo Thor: Ragnarok.

Taika, aliás, se mostra ser o grande responsável pelo sucesso do filme, tudo parece passar pelo seu crivo e é possível enxergar nele algumas nuances de Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste e Moonrise Kingdom).

Se Waititi não é sutil quando o assunto é comédia, o mesmo não pode ser dito do drama (o que não quer dizer que ele não se saia eficiente). Isso se prova em uma determinada cena, onde apenas o colorido dos sapatos da personagem de Scarlett Johansson faz o mundo do personagem central, Jojo (Roman Griffin Davis), desabar! Então, se existe outro ponto onde é visível o acerto do seu comandante, esse ponto é o elenco. Todos fantásticos, especialmente as crianças que estão bem a  vontade. No tocante aos medalhões, Sam Rockwell é o grande destaque, engraçado como sempre, mas emotivo quando foi preciso.

Mas, para completar de fato o domínio de Waititi frente a esta produção, nada se compara ao seu roteiro adaptado da obra de Christine Leunens. Com ele, o diretor-roteirista desponta como grande favorito ao prêmio de Melhor Roteiro Adaptado do Oscar 2020. Vale lembrar, ainda, que sua atuação (ao interpretar um Hitler diferente de tudo que o cinema já viu), é hilária! Caberia facilmente estar entre os indicados na categoria de atores coadjuvantes.

Dono de um sarcasmo raro, Jojo Rabbit (que chega ao Oscar 2020 com 6 indicações, incluindo Melhor Filme), credencia seu diretor a ter muito mais chances em Hollywood e acho pouco provável que ela feche suas portas para esta grande promessa.

Nota: 9,0

“Deixe tudo acontecer a você,

Beleza e horror.

Apenas siga,

Nenhum sentimento é o fim.”

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