See – Primeiras impressões da série da Apple TV+ com Jason Momoa
Um dos gêneros mais apreciados na história da narrativa é o épico, e as coisas parecem não mudar muito; já órfãos do maior épico da história da TV (Game of Thrones), as principais produtoras estão em uma busca incessante pela próxima grande série épica, no caso do Apple TV + essa grande aposta é See.
É inegável o trabalho absurdo empregado na criação de See. A série não é apenas um argumento que foi elaborado em um roteiro porcamente realizado e dirigido de qualquer maneira. Existe um cuidado aparente não só com as qualidades técnicas, como também com o desenvolvimento da narrativa e em como as personagens são retratadas e desenvolvidas na trama.
Dentro do universo da série, a humanidade passou por uma grande calamidade que dizimou a maior parte dos seres humanos e apenas uma fatia de 2 milhões de pessoas restaram sobre a face da terra, após alguns séculos, todos sem a capacidade de ver. Contanto com o protagonismo de Jason Momoa (Baba Voss), a série acompanha os acontecimentos que se desenrolam depois que a personagem de Hera Hilmar (Magrha) dá à luz a um casal de gêmeos com a capacidade, até então perdida, da visão.
Embora não seja desprovida de ação, inclusive bastante presente ainda no primeiro episódio, o grande foco da série, ao menos nesse início, está focado na construção de mundo. Mostrar como essas pessoas em um mundo pós-apocalíptico vivem e sobrevivem, desenvolvendo novas organizações sociais, se dividindo em castas e grupos, criando religiões e mitos na tentativa de significar o mundo a sua volta. É interessante perceber como alguns aspectos aparentemente simples têm uma função narrativa e de construção desse universo, como a própria movimentação da personagem de Momoa, que muitas vezes usa o próprio corpo como um guia para reconhecer o terreno onde está, ou o modo como as batalhas se desenrolam com uma coreografia bastante particular.
O maior trunfo de See é a capacidade de desenvolver sua história dentro de um universo que tem muito potencial por si só, mas isso não significa necessariamente que tudo desenvolvido até agora seja imperdível ou extremamente único. Na verdade, um épico com personagens dotadas de um grande poder e correndo grande risco não apresenta nada de novo, cabendo ao desenvolvimento do roteiro entregar algo que valha a pena o tempo investido.
Dentro do que a série apresentou até o momento, temos uma construção de mundo muito mais interessante que a própria narrativa. Entretanto, é uma recomendação fácil a quem se interessa por esse tipo de série, afinal é uma grande produção e que reserva bastante potencial.
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