Crítica | Doutor Sono (2019)

Sob a benção de Stephen King e com a promessa de consertar o que não havia dado certo (na visão de King) em “O Iluminado” (Stanley Kubrick, 1980), o filme Doutor Sono chega às telonas escrito e dirigido por Mike Flanagan (Jogo Perigoso) para ser a sequência da história passada no clássico de 1980.

Danny Torrence (Ewan McGregor) estava largado no vício do álcool. Cansado dessa vida, ele decide fugir da cidade e de si mesmo, chegando numa pacata e calma cidade no interior. Lá ele recomeça sua vida, abandona o vício, encontra um emprego e um grupo de verdadeiros amigos. Quando tudo parecia estar caminhando nos trilhos, Danny conhece Abra Stone (Kyliegh Curran), uma adolescente que está descobrindo seus dons e acaba cruzando o caminho do grupo Verdadeiro Nó, liderados por Rose, a Cartola (Rebecca Ferguson), clã que se alimenta do brilho de almas iluminadas para postergar sua juventude e viver mais tempo na terra.

E é nesses três pontos que a trama se desenrola. Danny sempre tem que lidar com relações do seu passado e ao mesmo tempo ajudar Abra, que por sua vez anda se descobrindo e testando o limite de seus poderes.

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Os amantes de fã service vão se esbaldar com este filme. Embora tenha muita coisa gratuita e desnecessária, o longa está repleto de referências ao clássico de Kubrick. A ambientação do hotel está impecável, mas sem dúvidas, o que mais chama atenção é como Flanagan consegue reproduzir os efeitos e trilhas sonoras como em “O Iluminado” (que é uma das melhores coisas do longa de 1980), sempre estranhamente desconfortável e nos conduzindo para algum lugar na trama.

Outro ponto que foi muito acertado na direção do Flanagan é a fotografia e os efeitos visuais. As cores são belas, os quadros e movimentos de câmera funcionam muito bem para a proposta do longa. Um exemplo claro e prático para ilustrar tais primores na obra, são as partes em que há ação e imersão entre os personagens.

Mas como nem tudo são flores, existem algumas ressalvas para ser feitas em “Doutor Sono”. Assim como em “O Iluminado”, o longa tem 2h30min de duração. O problema aqui se dá quando começam a tentar encaixar histórias paralelas às principais que, no final, se existissem ou não, não fariam diferença.

Mas nada disso consegue estragar o filme – longe disso – o longa funciona bem e se mostra um terror cativante, com um bom roteiro e uma boa história. São apenas, e nada mais que, ressalvas. E para quem deseja saber, você consegue sim, assistir Doutor Sono, entender a história e gostar do filme sem precisar ter assistido “O Iluminado”, mas para uma melhor experiência, reserve um tempinho e assista mais uma vez esse clássico de 1980.

Nota: 8,5

Crítica por: André Bastos

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