Crítica | O Irlandês (2019)

Scorsese o Irlandês

Três anos após Silencio( 2016), Martin Scorsese retorna as grandes, e também pequenas, telas com “O Irlandês” baseado no livro “I Heard You Paint Houses”; que assim como o antecessor demorou mais de uma década para sair do papel. Tudo isso graças a um investimento de U$ 125 milhões de dólares da Netflix.

Com três horas e meia de duração e um elenco com nomes como Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci – que saiu da aposentadoria para fazer o adorável e temível Russ; papel pelo qual deve concorrer ao Oscar, se houver justiça no mundo.

Assistir “O Irlandês” é como ver um grupo de amigos se reunindo depois de muito tempo separados; ainda assim com a sintonia afinada dos primeiros anos de amizade. Essa conexão juntamente com o ritmo, construído pela montadora Thelma Schoonmaker, com quem Scorsese trabalha há mais de 40 décadas, faz com que o filme nunca seja enfadonho; até mesmo em seus momentos mais arrastados.

Martin Scorsese dirigindo Robert De Niro e Joe Pesci em O Irlandês. Créditos: Niko Tavernise.© 2019 Netlfix US, LLC. All rights reserved.

Um Scorsese sólido mas renovado

Este é mais um filme sobre gangsters de Martin Scorsese, mas aqui ele prova que mesmo a beira de seus 80 anos consegue se reinventar como diretor; assim como dar novos tons a um gênero que ele mesmo fez se tornar icônico. Nesta empreitada, Martin, assim como seus colaboradores, refletem não só sobre o submundo do crime como também sobre como este afeta o mundo e as pessoas ao seu redor.

A produção vale-se de um elemento surpreendente por se tratar de um filme do Scorsese: o CGI, muito usado nos filmes da Marvel que o diretor recentemente criticou. Aqui, a tecnologia cumpre muito bem a função de rejuvenescer e envelhecer suas estrelas principais; o que causa certa estranheza nos primeiros minutos de filme ao nos depararmos com um De Niro – que na vida real tem 76 anos – de 20 anos. O CGI, porém, nunca é o ponto focal da trama; pois consegue se tornar apenas um elemento de construção de linguagem com o passar da narrativa, jamais sobrepondo-se as nuances das atuações.

Nota: 8,5

(Por Ivana Cunha)

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