Namorado de Natal: a nova comédia romântica natalina da Netflix

Namorado de natal

24 dias antes do natal, uma atrapalhada mocinha tem a missão de encontrar um novo namorado! A nova série de comédia romântica natalina da Netflix assinada por Per-Olav Sørensen segue um plot bastante recorrente no cinema, mas apesar de algumas inconsistências, consegue ser suficientemente festiva e agradável de binge-watch.

A mocinha que está há anos solteira e precisa achar um namorado em menos de um mês, mas depois de diversas tentativas malogradas acaba percebendo que está bem sozinha e que seus amigos e família são companhia suficiente já é um formato de romcom que está se convencionando bastante ultimamente. No entanto, dependendo da maneira que seja desenvolvido, pode virar um clichê tedioso ou uma bagunça divertida. Namorado de Natal (2019) é um exemplo do último caso.

Uma divertida comédia romântica de natal

Johanne é a típica heroína perfeita (ou quase) de romances de natal; uma enfermeira que, apesar da chefe insuportável, não só ama seu trabalho, como “enxerga” os pacientes. Linda, inteligente, interessante e bem-sucedida, ela não consegue entender – assim como o próprio espectador – porque ainda está solteira e porque nada parece acontecer em sua vida. Cansada das perguntas inconvenientes da família e de se sentir excluída nos eventos entre amigos; Johanne mente que tem um namorado e se compromete a apresentá-lo a todos na ceia de natal.

Com menos de um mês para achar um interesse romântico, Johanne passa por diversos dates rápidos com ajuda de um app de relacionamentos. Como esperado, a maioria dos encontros se tornam tragédias dantescas. Eventualmente, de maneia similar a outras romcoms da Netflix, como o popular Megarromântico (2018) de Rebel Wilson, Johanne decide que o amor-próprio é a sua melhor opção.

Largamente inspirado nos filmes de fim de ano de Hollywood, essa produção norueguesa tenta fazer mais do que While you were sleeping (1995) e Love Actually (2003); sendo assim, privilegia as buscas de sentido existenciais da protagonista ao invés de focar nos possíveis pretendentes de Johanne. Estranhamente, o relacionamento que tem mais tempo de tela é o da protagonista com um adolescente metido a intelectual de 19 anos.

Parece ficar claro para todos que essa não é a melhor escolha para a protagonista, mas ao longo dos episódios, com o comportamento esquisito dos outros pretendentes de Johanne e com seu esforço em sair da zona de conforto e fazer algo realmente autêntico com sua vida desinteressante, o jovem Jonas não aparenta ser uma opção tão imprópria. Esse é um dos êxitos da série, na verdade, nunca fica muito óbvio quem é o perfeito Colin Firth para a personagem e a gente continua a assistir na espera de descobrir quem vai – finalmente – ser elegido.

(alerta de spoilers)

O último episódio é o que mais se aproxima de uma verdadeira romcom natalina hollywoodiana. Johanne, num epifania quase dickensiana, descobre o sentido do natal e decide parar de procurar o companheiro perfeito e levar ao jantar sua melhor amiga e o namorado dela, além de sua paciente preferida. Uma senhora nada convencional, que apesar dos pulmões doentes, não consegue parar de fumar; Mrs. Nergaard é um desses personagens coringas com os quais os diretores de série conseguem falar qualquer coisa e ainda cativar os corações dos espectadores.

A ceia de natal se passa então de maneira completamente diferente do que acontece na vida real. Ao invés das brigas políticas e do usual desconforto entre parentes que pouco se encontram sem uma boa justificativa, Johanne e sua família têm uma noite emocionante e cheia de surpresas. Enquanto Mrs. Nergaard conta o clássico “A pequena vendedora de fósforos” de Hans Christian Andersen, a câmera vai passando por cada rosto emocionado ao redor da mesa, ao som de “O Holy Night”. Nos últimos minutos do episódio, a campainha toca e uma ansiosa Johanne abre um largo sorriso para o visitante que não nos é revelado, deixando claro que haverá segunda temporada em dezembro de 2020.

(fim dos spoilers)

Namorado de Natal é cheio de tipos comuns: a enfermeira perfeita, a amiga maluca, o pai que destrói o sistema elétrico da vizinhança com suas exageradas luzes de natal, a mãe meio “Mrs. Bennett” que sonha em casar a filha, a paciente que dá grandes lições de vida, o date esquisito, e o colega de trabalho “secretamente” apaixonado. Mesmo assim, não dá para perder o interesse. Os episódios, ainda que meio bagunçados, conseguem manter um bom ritmo entre as cenas engraçadas, românticas e dramáticas. Os 30 minutos de duração também ajudam e a série passa tão rapidamente que não há muito tempo para que o espectador se frustre ou se entedie.

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