Um lugar silencioso é angustiante na medida certa e consegue ser tocante sem cair em gatilhos emocionais baratos. As personagens e as relações delas entre si são bem construídas e têm uma dinâmica interessante de ser acompanhada pelo espectador. O silêncio é um elemento fundamental da trama, sendo muito bem explorado por um roteiro que, por sua vez, é coroado por boas interpretações.

A história toda se passa em futuro pós apocalíptico em que o planeta foi invadido por alienígenas, mas aqui temos a construção de uma invasão alienígena muito próxima a Sinais de M. Night Shyamalan. Sendo assim, o filme nos dá um recorte muito pequeno sobre o plano geral da invasão, já que o que importa de verdade é acompanhar a trajetória de uma família do meio oeste americano tendo que lidar com essa realidade cheia de medo e tensão.

Uma das qualidades do filme, além de um roteiro até certo ponto bem resolvido, é o elenco formado por Emily Blunt (mãe/Evelyn), que tem muitos momentos que devem deixar o público inquieto, John Krasinski (pai/Lee),que também é responsável pela direção, Noah Jupe (filho/Marcus) e Millicent Simmonds (filha/Regan). Mesmo com um filme permeado pelo silêncio na maior parte do tempo, principalmente em seus dois primeiros atos, a construção da tensão e o uso do próprio silêncio funcionam bem. Embora em alguns momentos o preenchimento feito pela trilha não seja tão harmônico, são os conflitos reais e palpáveis, assim como o clima estabelecido, que seguram o filme.

Um lugar silencioso personifica o silêncio de maneira extraordinária, tornando um elemento imaterial, uma presença constante; adicionando peso e urgência a uma história que emociona o espectador. O filme é bem resolvido quando tocando em alguns dos temas fundamentais da vida humana, sejam as nossas estruturas familiares, aquilo que estamos dispostos a fazer por amor ou como lidar com situações extremas. O resultado final é emocionante e inteligente, apresentando uma trama com senso de urgência e o peso certo.

NOTA: 9

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