Crítica | Nasce uma estrela (2018)

A história de Hollywood é cheia de histórias românticas e remakes, por isso mesmo a reação mais natural a um filme que combina esses dois elementos é a desconfiança, mas para a sorte do público e de Bradley Cooper, diretor de Nasce Uma Estrela que também protagoniza o projeto, o filme se destaca pela qualidade e tem uma identidade bastante particular.

O filme tem uma história extremamente simples e linear, já na sequência de abertura somos apresentados a Jack (Bradley Cooper ) e Ally (Lady Gaga). Jack é um cantor famoso e com sérios problemas com alcoolismo, enquanto Ally é uma garçonete que sonha em ser cantora mas nunca conseguiu entrar no mundo da indústria musical. Nessa primeira parte do longa a história se desenrola de uma forma extremamente dinâmica, com pouco tempo de tela já é possível ter uma imagem clara do casal protagonista, a química entre Cooper e Gaga é encantadora e não parece forçada em nenhum momento, mesmo que o roteiro pareça caminhar com certa agilidade no primeiro ato. É admirável a verossimilhança da trama, é fácil perder a mão quando se tenta imitar demais a realidade, pois o resultado pode ser uma obra que é excessivamente verossímil para ser considerada boa arte e ao mesmo tempo artificial demais para ser o retrato da realidade. A construção da personalidade de Ally também é admirável em muitos aspectos, especialmente pela história não se deixar levar pelo caminho da dramatização barata ou cair nos estereótipos de representação feminina. Na verdade, ao longo do filme é possível observar alguns questionamentos sobre a construção da imagem dentro do mundo da indústria da música.

Embora cheio de qualidades, o filme poderia ser um pouco mais curto, ou então distribuir melhor seu tempo entre os conflitos que apresenta, alguns, inclusive,  com muito potencial mas pouco desenvolvimento. A trilha sonora é extremamente interessante, mas não necessariamente memorável, ou talvez seja apenas uma questão de tempo para deixar que a trilha cresça. Muito bem dirigido e atuado Nasce Uma Estrela é um romance e um remake, mas também a prova que nenhuma dessas coisas limita a qualidade de uma história, uma recomendação fácil para quem gosta de música, romance ou de bons filmes.

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