Coluna | Frankenstein e a história de Mary Shelley
O novo filme da Netflix, Mary Shelley, retrata a história da ilustre autora de Frankenstein: ou O Moderno Prometeu. Por muito tempo deixada de lado pelos pesquisadores literários, Mary só foi reconhecida pelo seu notável talento e individualidade bom tempo depois.
Inicialmente, é preciso mencionar que a vida de Mary Shelley foi repleta de reviravoltas e de desolações. Suas vivências a deixaram reclusa e devastada. Foi justamente nesse contexto que Mary escreveu sua grande obra prima, o romance gótico Frankenstein. A obra reflete o interior da autora, revelando a solidão e o vazio que sentia. No entanto, para que fosse publicado, o livro não poderia levar seu nome, uma vez que, escrito por uma mulher –e ainda com 18 anos–, não seria muito bem visto.
Nesse sentido, desde o início de sua carreira, Mary Shelley foi descreditada e reprimida. Na segunda edição do livro, quando seu pai conseguiu que seu nome fosse publicado, muitos não acreditaram que a obra havia sido realmente escrita por ela, acusando-a de se apossar do trabalho de seu marido, que também era escritor. Toda essa trama é abordada no filme, expondo Mary Shelley como uma mulher que fugia aos padrões socialmente aceitáveis, além de levar uma vida polêmica para a época.
Por fim, durante muito tempo, o caráter revolucionário de Mary Shelley foi subjugado. Após os estudos de suas obras, pesquisadores a definiram como uma escritora liberal e feminista numa tentativa de reformar a sociedade da época. Mary não concordava com o papel designado às mulheres, nem com a política vigente. Com muita dedicação e ambição, Mary Shelley fez seu nome como escritora. Apesar dos enormes desafios, suas obras são lidas até hoje, sendo Frankenstein eternizada como um clássico mundial.
“Penso que posso me sustentar, e há algo de inspirador na ideia.”
Mary Shelley