Muito Mais Que Uma Bonequinha de Luxo

Esse é o segundo post da nova coluna quinzenal do Cin3filia que abordará o empoderamento feminino, as grandes mulheres do cinema, as personagens femininas mais icônicas da televisão e tantos outros aspectos relacionados ao fascinante e admirável papel feminino no mundo cinematográfico. E por isso, Audrey Hepburn não poderia ficar de fora.

Ao longo de sua vida, Audrey se consagrou não apenas como uma grande atriz e ícone da moda, mas também como uma verdadeira humanitária. Com muitos trabalhos marcantes, sua personagem em Bonequinha de Luxo é considerada, até hoje, uma das mais importantes e influentes da história do cinema.

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Holly Golightly (Audrey Hepburn) e Paul Varjak (George Peppard) em Bonequinha de Luxo

 

No entanto, a grandiosidade de sua carreira contrasta com o duro período da infância vivido pela atriz, desconhecido pela maioria das pessoas. Em 1942, Audrey Hepburn vivia na Holanda, tomada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto, a futura atriz, em sua adolescência, vivenciou na pele os horrores do conflito, chegando ao ponto de estar desnutrida e com vários outros problemas de saúde ao final da guerra, uma vez que os alemães confiscavam grande parte do alimento.

Mesmo com tudo isso ocorrendo ao seu entorno, Audrey não desistiu de se sonho —tornar-se uma bailarina— e praticava ballet na clandestinidade, sendo parte, inclusive, da resistência holandesa até o término do conflito, quando se mudou para a Inglaterra. Traumatizada e com o corpo fragilizado, sua carreira como bailarina não derrocou.

“Eu me lembro muito daquela época. Várias vezes, na estação, vi trens sendo lotados de judeus partindo. Me lembro de um menino pequeno com os pais, muito pálido, muito louro, esperando na plataforma e depois entrando no trem. Eu era uma criança observando outra criança” Relato em entrevista de 1991

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Audrey Hepburn praticando balé, quando pequena

Todavia, na década de 1950, estreando no teatro, a prestigiada carreira de Audrey Hepburn começava a ser consolidada. Diferentemente das outras atrizes da época, Audrey não se preocupava com uma atuação passional e sexy, sendo mais contida. Por esse motivo, pôde explorar toda a sua expressividade, que aliada a sua intensidade e profundidade, transformaram da sua atuação símbolo que significou um novo rumo para o cinema do período.

Independente e singular, Audrey utilizou da moda para definir sua individualidade em meio a uma indústria cinematográfica extremamente rígida e controlada em se tratando de mulheres, distanciando-se, assim, dos padrões hollywoodianos. É evidente a mudança que Audrey Hepburn provocou em sua época, sentidas até nos dias atuais, se tornando um exemplo de determinação e expressividade. A atriz superou as expectativas impostas sobre seu gênero, mostrando ao mundo, principalmente às mulheres, que havia tanto espaço para o sexo feminino quanto havia para o masculino no cinema.

E assim, em 1960, Audrey Hepburn se consagrou como a representante de um novo ideal feminino, dando adeus à imagem idealizada e sacralizada da mulher. Desde então, a atriz se firma como uma personalidade de crisma, humildade e determinação, podendo ser reconhecida, definitivamente, como uma mulher à frente de seu tempo. Audrey Hepburn, portanto, muito além de uma Bonequinha de Luxo, é a imagem do progresso e do empoderamento feminino.

“Eu acredito no rosa. Eu acredito que a risada é o melhor jeito de queimar calorias. Eu acredito em beijar, beijar muito. Eu acredito em ser forte quando tudo parece estar dando errado. Eu acredito que as meninas felizes são as meninas mais bonitas. Eu acredito que amanhã é outro dia  e que acredito em milagres.”                  

                                                                                                                                                           Audrey Hepburn

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